Gerenciando Riscos em Projetos de Testes de Software – Parte l
15/10/2009 23:07Introdução
Atualmente, estudo para certificação PMP no projeto de certificação da fabrica de teste do Instituto CPQD Atlântico. Por este motivo estou tendo que namorar o PMBOK e confesso a todos que das 9 gerências a que mais gosto e me identifico é o Gerenciamento de Riscos.
Antes mesmo dos estudos para a certificação, quando escutei este assunto na faculdade, foi como música para meus ouvidos e para comprovar que “Riscos” estava começando a correr em meu sangue, meu trabalho de conclusão do curso foi sobre o tal gerenciamento de Riscos.
Ao sair da faculdade não tinha ainda uma área definida, não sabia em qual gostaria de trabalhar, mas em uma grande oportunidade me apresentaram o “Teste de Software” confesso que me apaixonei e em uns dos cursos que fiz de teste de software a minha ficha caiu... “Testar Software é puro gerenciamento de riscos”, então entendi o porquê eu tinha esta ligação tão forte com riscos.
E neste meu primeiro artigo sobre este tema irei descrever o conceito do gerenciamento de risco e alguns exemplos, para que possamos ter um bom entendimento.
Um Pouquinho de Conceito...
O que é risco?
A palavra risco origina-se do italiano “riscare” que quer dizer OUSAR no sentido de INCERTEZA. Porém, no contexto de projetos deve ser aplicada ao que pode ou não ocorrer durante o projeto. Sendo tudo incerto em projetos, devemos aplicar a gerência de riscos na identificação e tratamento dos mesmos.
O PMI define o gerenciamento de riscos como:
“Processo sistemático de identificar, analisar e responder aos fatores de riscos a que um projeto está sujeito.”
A administração de risco teve seu início pela atividade de previsão e pela necessidade de tentar controlar o futuro. O principal objetivo é assegurar a entrega do projeto dentro de prazo e custo, e com os resultados esperados. O gerenciamento de riscos também consiste em identificar as possíveis incertezas e tentar controlá-las. Para tanto, envolve a tomada de decisão, em ambientes sempre incertos, complexos e dinâmicos.
Quando se detêm todas as informações sobre algo, tem-se certeza; e tendo certeza, não pode ser caracterizado como risco. Mas quando se detem informação parcial, há a incerteza, e ela existindo, existe também a probabilidade de determinado evento acontecer ou não. Eles podem ter impacto negativo ou positivo dentro do projeto. O gerenciamento de riscos orienta o projeto no sentido de controlar os acontecimentos do mesmo; de fazer com que os eventos positivos se sobressaiam e que os eventos negativos sejam reduzidos.
Abaixo a figura ilustra o sequenciamento dos processos do gerenciamento de risco definido pelo PMBOK.
Definindo os Processos do Gerenciamento de Risco
Planejamento do Gerenciamento de Risco
Processo que define como será conduzido o gerenciamento de risco do projeto.
Identificação dos Riscos
Processo que determina os riscos que podem afetar o projeto.
Análise Qualitativa de Riscos
Processo de priorização dos riscos para análise ou ação adicional subsequente através de avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto. A análise qualitativa de riscos avalia a prioridade dos riscos identificados usando a probabilidade deles ocorrerem, o impacto correspondente nos objetivos do projeto se os riscos realmente ocorrerem, além de outros fatores, como prazo e tolerância a risco das restrições de custo, cronograma, escopo e qualidade do projeto.
Análise Quantitativa de Riscos
Processo de análise numérica do efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto. A análise quantitativa de riscos é realizada nos riscos que foram priorizados pelo processo de análise qualitativa, por afetarem potencial e significativamente das demandas conflitantes do projeto. Ela analisa o efeito desses eventos de risco e atribui uma classificação numérica a esses riscos. Ela também apresenta uma abordagem quantitativa para a tomada de decisões na presença da incerteza.
Planejamento de Resposta de Risco
Processo de desenvolvimento de opções e ações para aumentar as oportunidades e reduzir as vulnerabilidades encontradas no projeto.
Monitoramento e Controle de Risco
Processo de acompanhamento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos residuais, identificação dos novos riscos, execução de planos de respostas a riscos e avaliação da sua eficácia durante todo o ciclo de vida do projeto.
Formas de identificação dos riscos
• Intuição ou julgamento
• Consenso
• Fórmula de risco (o que se vai perder com a ocorrência do risco)
• Estimativas de perdas anuais
• Matriz de possíveis riscos em projetos na empresa
Bem, você pode ainda esta se perguntando, o que gerenciamento de risco tem a ver com teste de software?
Irei comentar sobre o principal objetivo do teste de software que segundo o livro Base de conhecimento de teste “Livro base para a certificação CBTS” diz: “Que o principal objetivo do teste de software é encontrar o maior número de defeitos (BUG)”.
Para que possamos entender melhor abaixo segue a definição da palavra defeito.
è Defeito (em inglês: bug) é um erro no funcionamento comum de um software, também chamado de falha na lógica programacional de um programa de computador, e pode causar discrepâncias no objetivo, ou impossibilidade de realização, de uma ação na utilização de um programa de computador.
Nesta pequena definição do principal objetivo do teste de software já conseguimos encontrar a grande ligação do gerenciamento de risco com o teste de software, pois a frase “pode causar discrepâncias no objetivo” nos demonstra a “incerteza” que é o principal consumador de um risco. Só para lembrarmos “Quando se detêm todas as informações sobre algo, têm-se certeza; e tendo certeza, não pode ser caracterizado como risco. Mas quando se detêm informação parcial, há a incerteza, e ela existindo, existe também a probabilidade de determinado evento acontecer ou não” (Risco).
Para que nossa visão fique mais clara da ligação do teste com o risco, segue abaixo alguns riscos ligados a projetos de teste de software.
• Prazo final de entrega dependente dos testes
• Dados de teste não estão disponíveis na data planejada
• Dados de testes ruins ou não criados
• Falta de uma métrica para medição PT (Pontos de testes)
• Disponibilidade da equipe de testes
• Disponibilidade do ambiente de testes
• Falta de uma gerência de configuração (teste e desenvolvimento)
• Abordagens de desenvolvimento ou teste não usuais pela organização (ex. RUP)
Existem outros tipos de riscos associados ao projeto de teste, bem como o risco de defeitos em relação ao esforço de teste, riscos devidos ao processo de testes e outros comuns a qualquer projeto. Nos próximos artigos poderemos entrar mais afundo nestes tipos de riscos, porem para finalizar esta parte irei apresentar uma lista que demonstra onde se encontra os maiores riscos dos projetos de software e que nos “Analistas de Teste/Testadores” devemos prestar muita atenção para que possamos cumprir bem a nossa função.
Os principais riscos estão nas Funções:
• Muito complexas
• Completamente novas
• Frequentemente alteradas
• Onde uma determinada ferramenta foi usada pela primeira vez no seu desenvolvimento
• Que foram construídas sob pressão
• Que sofreram muita otimização - mais do que a média
• Onde muitos defeitos já foram encontrados ou em revisões ou em versões anteriores
• Com muitas interfaces
Referência:
Base de Conhecimento em Teste de Software
Project Management Body of Knowledge
Ppt do treinamento de formação de analistas de Testes da Iterasys
Autor
Jonathan Rodrigo da Silva Santos
Analista de qualidade do CPQD Atlântico - SP
CBTS – Certificação brasileira de teste de software
Implementador da melhoria do processo de teste nível 1 e 2
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